quinta-feira, 3 de setembro de 2009

MUNDO VIRTUAL? Uma Refrexão Para Você.


Quando foi que a tecnologia nos tornou insensíveis ao que acontece a nossa volta?

Entro apressado e com muita fome numa loja de fast food. Escolho uma mesa bem afastada do movimento, pois quero aproveitar a folga para comer e passar um e-mail urgente. Peço uma porção de fritas, um sanduíche e um suco de laranja.
Abro o laptop. Levo um susto com aquela voz baixinha atrás de mim.
- Tio, dá um trocado?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, compro um para você.
Minha caixa de entrada está lotada de e-mails. Fico distraído vendo as poesias, as formatações lindas. Ah! Essa música me leva a Paris.
- Tio, pede para colocar margarina e queijo também.
Percebo que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois me deixa trabalhar, estou ocupadíssimo, tá.
Chega minha refeição e junto com ela meu constrangimento.
Faço o pedido do guri, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto ir "a luta". Meus resquícios de consciência me impedem de dizer. Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pedido do menino.
- Tio, você tem Internet?
- Tenho sim, essencial ao mundo de hoje.
- O que é Internet?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar. Tem de tudo em um mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, na certeza que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha deliciosa refeição, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que ele fosse.
- Legal isso. Puxa... gostei mesmo!
- Menino, você entendeu o que é virtual?
- Sim, também vivo neste mundo virtual.
- Nossa! Você tem computador?
- Não, mas meu mundo também é desse jeito... Virtual...
O pedaço de sanduiche que já estava em minha boca não conseguia descer, porque, nesse momento, minha garganta ficou como se tivesse dado um nó. Fiquei ali, em silencio escutando o que aquele menino dizia.
- Minha mãe trabalha, fica o dia todo fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico cuidando do meu irmão pequeno; ele sempre chora muito quando está com fome, aí e eu dou água para ele imaginar que é sopa, sabe... Minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo. Mas eu não entendo, ela sempre volta com o corpo pra casa. Eu não conheço meu pai. Minha mãe diz que ele tá na cadeia, acho que desde que nasci. Sempre imagino minha família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos, ceia de natal e eu indo ao colégio para virar médico um dia. Isso é virtual, não é tio?
Fechei meu laptop, não antes que lágrimas caíssem sobre o teclado. Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e não percebemos!

FAÇA A SUA PARTE. NÃO VIVA EM UM MUNDO VIRTUAL, MAS SIM NUM MUNDO NATURAL EM QUE VOCÊ É O PARTICIPANTE, QUE FAZ A DIFERENÇA.

FONTE: www.adorarei.com.br

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