domingo, 30 de setembro de 2012
Uma reflexão sobre o processo eleitoral em que vivemos
No dia 07 próximo, estaremos indo às urnas para escolher o
novo prefeito e os novos vereadores de nossas cidades. É um momento ímpar de
cidadania num país em que a democracia valeu o sangue e a vida de muitas
pessoas. É a vontade do povo sendo exercida na escolha de seus governantes por
quatro anos. Acho que temos avançado ao longo dos anos, mas ainda temos muito
que melhorar. Embora o nosso país tenha crescido, se desenvolvido, alcançado
patamares nunca antes alcançado no cenário internacional, na prática, não é
isso que, internamente, vemos na vida de nosso povo. Baixos investimentos na
educação que reflete numa educação de má qualidade, um sistema de saúde
precário, altos índices de violência, doenças por falta de investimentos em
saneamento básico, pobreza, etc.
Como cidadão, eleitor e formador de opinião, gostaria de
pontuar algumas coisas que tenho percebido neste processo eleitoral e que nos
traz à luz o porquê de um país democrático e em crescimento ainda engatinhar no
seu amadurecimento político:
1.
O baixo nível das campanhas, principalmente nas
majoritárias, em que os candidatos não apresentam suas propostas, colocando-as
em debate com o eleitorado, mas ocupa o tempo em agredir o outro, com calúnias,
difamações, chegando ao ponto de até tocar na vida pessoal de seu oponente. São
“jingles vazios”, que apenas frisa o
número do candidato ao invés de suas qualidades e propostas.
2.
Muitos eleitores não votam conscientemente,
analisando as propostas dos postulantes aos cargos eletivos, mas dão seus votos
por interesses particulares, individuais, em detrimento da coletividade, quando
votam em A ou B em virtude de haver uma promessa de emprego para ele ou para um
familiar ou porque tem um parente na prefeitura, ou teve uma ajuda do candidato
fulano de tal para fazer uma consulta ou exame médico ou recebeu de cicrano ou
beltrano um saco de cimento. A nossa política têm corruptos porque tem o
corruptor e os que se permitem corromper.
3.
Como evangélico, tenha ficado envergonhado e
triste com tamanha falta de sabedoria de uma grande parte do nosso povo. Têm
crentes cometendo a asneira de orar pela vitória do candidato A ou candidato B,
como se Deus fizesse acepção por esse ou aquele candidato. Imagine como fica
Deus diante de tantas orações desnecessárias. Deus já fez a Sua escolha, e a
escolha Dele é que você vote. Ele colocou nas mãos do povo o direito de
decidir, de apertar o botão. É claro que aquele que vence, só vence por uma
vontade permissiva de Deus, mas a decisão de votar cabe a você.
4.
Observamos como muitas instituições religiosas fazem
verdadeiros comícios em seus púlpitos declarando apoio a candidatos, como se
seus fiéis não soubessem escolher seus representantes. Vivemos num estado
democrático de direito, no século 21, e não podemos aceitar o voto de cabresto,
principalmente no meio do povo de Deus. O povo é livre, o voto é livre e
consciente, e não induzido.
Que possamos trazer à mente uma reflexão e pedir a Deus
sabedoria para sabermos escolher nossos governantes, principalmente numa época
em que muitos projetos de lei têm sido colocados em debate no legislativo, seja
na esfera nacional como nas câmaras municipais, com a finalidade de defender
práticas que não coadunam com o que a Palavra de Deus observa, que vão de
encontro a fé do povo de Deus ou aos princípios da família brasileira,
favorecendo uma minoria, mas que não exprime a vontade do todo.
Enádio Ferreira
Bacharel em Teologia e educador.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Da Miséria à Significação
* Palavra ministrada na Igreja Eterna Aliança de São Luís, no seu 5º aniversário.
A miséria não é apenas pobreza, mas um estado de dominação, que paralisa e impede as pessoas de crescerem, evoluírem. Traz apatia e preguiça, não permitindo enxergar novos horizontes. Enquanto a prosperidade é sinônimo de paz, saúde e sucesso, a miséria traz desconforto e limitação.
Havia em Jerusalém um homem que possuía uma deformidade física, era aleijado de nascença, pedia esmola numa das portas do Templo, vivendo na mais completa miséria.
“Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona. Era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (Atos 3.1-2).
Este homem possuía três tipos de miséria:
1. Uma miséria física – Possuía uma enfermidade de nascença, uma deficiência no corpo.
2. Uma miséria pessoal – A sua enfermidade o impedia de trabalhar, de viver uma vida comum. Naquele tempo não havia fundos de assistência social que beneficiasse deficientes tais como este.
3. Uma miséria espiritual – Os aleijados, cegos e coxos não podiam entrar no Templo do Senhor (Levítico 21.18; 2 Samuel 5.8). Seu estado era interpretado como sinal do pecado em que viviam. Eles criam que a assembleia dos israelitas deveria compor-se de pessoas íntegras e perfeitas, puras e sem defeitos. Como deficiente, não podia entrar no Templo para adorar e ofertar como outro varão judeu comum.
“Vendo ele a Pedro e João, que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola” (Atos 3.3).
Ele pedia esmolas. Naquele dia ele pediu esmolas aos apóstolos Pedro e João. Como estava diante de dois homens de Deus, homens grandemente usados pelo Senhor, Ele podiam ter pedido algo diferente, como uma oração, uma ajuda espiritual, ou a cura de sua enfermidade, mas pediu uma esmola! Ele pediu algo que apenas iria atenuar sua situação, mas não resolver. Não busque de Deus paliativo, mas a solução para a sua causa, para o seu problema. Os apóstolos ainda pediram para ele levantar a cabeça, não para continuar com a mesma vida de sempre, mas para enxergar novos rumos, novas possibilidades.
“Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós” (Atos 3.4).
A sua condição feria a sua autoestima, o machucava. Se Pedro o pediu para olhar para ele, era porque este não olhava no rosto das pessoas. Quantos de vocês, por uma situação difícil, por uma condição ruim, um fato que lhe machucou, feriu, ou o que fizeram contigo, não tocou na sua autoestima, na sua autoafirmação. Você antes era uma pessoa positiva, entusiasmada, de cabeça erguida, mas algo o atingiu, e isto lhe maltrata e rouba a sua autoconfiança. Você não consegue olhar no rosto das pessoas, olho no olho. Mas hoje o Senhor te pede para levantar a cabeça, renovar sua autoestima. Siga em frente, Deus tem algo a fazer em sua vida (1 Reis 19.9-18).
O apóstolo Pedro após dirigir-se diretamente àquele homem, “lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3.6). Ele não ofereceu fórmulas mágicas, recursos ou objetos que apenas atenuasse sua situação, mas ofereceu Jesus, O Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Nós não andamos oferecendo fórmulas mágicas para enganar o povo, prometendo curas ou riqueza, ou também palavras rasas, de autoajuda, que apenas alivia, mas não liberta ou sara de verdade, mas nós oferecemos é Cristo, o Deus que tudo pode (Lucas 1.37).
O desejo de Jesus é que você ande. Ande em direção a uma nova vida, ande rumo a um novo patamar, ande para construir uma nova história. Mas para isso você precisa se levantar, agir, buscar, sair da estagnação. Às vezes você não conseguirá se levantar por si, mas o Senhor te dará a mão. Diz a Palavra que Pedro “tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar” (Atos 3.7-8a).
O que vemos a seguir é um novo homem:
a) Curado da sua miséria física: “de um salto se pôs em pé, passou a andar” (Atos 3.8a).
b) Liberto da sua miséria espiritual: “e entrou com eles no templo.Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus” (Atos 3.8b,9).
c) Sarado da sua miséria pessoal: “saltando e louvando a Deus” (Atos 3.8c). Ele agora sorria, estava feliz, apto a trabalhar, reconstruir sua vida.
d) Visto por um novo olhar pela sociedade: “Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus, e reconheceram ser ele o mesmo que esmolava, assentado à Porta Formosa do templo; e se encheram de admiração e assombro por isso que lhe acontecera” (Atos 3.9-10).
O ex-pedinte e aleijado da Porta Formosa teve sua vida mudada completamente. Ele recebeu a Jesus e, com isso obteve muito mais que um milagre físico, mas uma reviravolta na sua história de vida. Temos Jesus e é Este Jesus que oferecemos a você hoje.
Na Graça de Cristo,
Pr. Enádio.
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