No dia 07 próximo, estaremos indo às urnas para escolher o
novo prefeito e os novos vereadores de nossas cidades. É um momento ímpar de
cidadania num país em que a democracia valeu o sangue e a vida de muitas
pessoas. É a vontade do povo sendo exercida na escolha de seus governantes por
quatro anos. Acho que temos avançado ao longo dos anos, mas ainda temos muito
que melhorar. Embora o nosso país tenha crescido, se desenvolvido, alcançado
patamares nunca antes alcançado no cenário internacional, na prática, não é
isso que, internamente, vemos na vida de nosso povo. Baixos investimentos na
educação que reflete numa educação de má qualidade, um sistema de saúde
precário, altos índices de violência, doenças por falta de investimentos em
saneamento básico, pobreza, etc.
Como cidadão, eleitor e formador de opinião, gostaria de
pontuar algumas coisas que tenho percebido neste processo eleitoral e que nos
traz à luz o porquê de um país democrático e em crescimento ainda engatinhar no
seu amadurecimento político:
1.
O baixo nível das campanhas, principalmente nas
majoritárias, em que os candidatos não apresentam suas propostas, colocando-as
em debate com o eleitorado, mas ocupa o tempo em agredir o outro, com calúnias,
difamações, chegando ao ponto de até tocar na vida pessoal de seu oponente. São
“jingles vazios”, que apenas frisa o
número do candidato ao invés de suas qualidades e propostas.
2.
Muitos eleitores não votam conscientemente,
analisando as propostas dos postulantes aos cargos eletivos, mas dão seus votos
por interesses particulares, individuais, em detrimento da coletividade, quando
votam em A ou B em virtude de haver uma promessa de emprego para ele ou para um
familiar ou porque tem um parente na prefeitura, ou teve uma ajuda do candidato
fulano de tal para fazer uma consulta ou exame médico ou recebeu de cicrano ou
beltrano um saco de cimento. A nossa política têm corruptos porque tem o
corruptor e os que se permitem corromper.
3.
Como evangélico, tenha ficado envergonhado e
triste com tamanha falta de sabedoria de uma grande parte do nosso povo. Têm
crentes cometendo a asneira de orar pela vitória do candidato A ou candidato B,
como se Deus fizesse acepção por esse ou aquele candidato. Imagine como fica
Deus diante de tantas orações desnecessárias. Deus já fez a Sua escolha, e a
escolha Dele é que você vote. Ele colocou nas mãos do povo o direito de
decidir, de apertar o botão. É claro que aquele que vence, só vence por uma
vontade permissiva de Deus, mas a decisão de votar cabe a você.
4.
Observamos como muitas instituições religiosas fazem
verdadeiros comícios em seus púlpitos declarando apoio a candidatos, como se
seus fiéis não soubessem escolher seus representantes. Vivemos num estado
democrático de direito, no século 21, e não podemos aceitar o voto de cabresto,
principalmente no meio do povo de Deus. O povo é livre, o voto é livre e
consciente, e não induzido.
Que possamos trazer à mente uma reflexão e pedir a Deus
sabedoria para sabermos escolher nossos governantes, principalmente numa época
em que muitos projetos de lei têm sido colocados em debate no legislativo, seja
na esfera nacional como nas câmaras municipais, com a finalidade de defender
práticas que não coadunam com o que a Palavra de Deus observa, que vão de
encontro a fé do povo de Deus ou aos princípios da família brasileira,
favorecendo uma minoria, mas que não exprime a vontade do todo.
Enádio Ferreira
Bacharel em Teologia e educador.
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